sábado, 3 de agosto de 2013

Empreendedorismo: uma história transmontana



Para quem vai a Bragança e quer almoçar bem, o restaurante O Abel, em Gimonde, é uma das referências a não perder.
Mas o que me interessa aqui é a história da casa, descrita de forma exemplar numa das paredes da sala de entrada. É uma saga de empreendedorismo familiar que dispensa comentários, e que bem poderia constituir um caso de discussão para as minhas aulas, quer de gestão como de inovação.
As palavras falam por si (mesmo que a pontuação não seja uma perfeição, mas que se mantém na transcrição):

  • O restaurante O Abel nasceu a 1 de Abril de 1984, quando o senhor Abel e a sua esposa Clóris decidiram tentar mudar o rumo das suas vidas, naqueles tempos, difíceis. Ele camionista e ela doméstica já com quatro filhos, decidiram arriscar o pouco que tinham num pequeno negócio situado nesta aldeia, inicialmente serviam apenas petiscos, que se tornaram rapidamente famosos pelo seu sabor único, as tripas com feijão servidas na malga eram na altura o petisco mais prezado. Com a clientela a crescer decidiram arriscar noutros pratos, a escolha caiu nas carnes assadas condimentadas com especiais ervas aromáticas existentes na região, e tal como nos petiscos rapidamente se destacaram. Mais clientes eram sinónimo de novos horizontes, e a 1 de abril de 2001 abriram este novo espaço juntamente com os seus filhos, mantendo a essência, a humildade, o trabalho e o amor de uma família transmontana. A 20 de janeiro de 2009 receberam da Câmara Municipal de Bragança um Diploma de Mérito pela contribuição para a fixação económica na área rural do concelho e gastronomia local, pelo seu contributo para a qualidade da oferta gastronómica  e como estímulo à diferenciação positiva na atividade e no setor. Atualmente o Restaurante O Abel continua a ser a casa de ambiente familiar, rodeado pelas belas paisagens do Parque Natural de Montesinho onde pode deliciar-se com as melhores carnes transmontanas grelhadas na brasa.
  • O sucesso deste restaurante deve-se unicamente à dedicação de uma família e seus clientes.

Quatro notas:
1. Gimonde é um dos sítios mais quentes de Portugal, porventura ainda pior do que Mirandela. Mas o restaurante tem ar condicionado.
2. Esqueçam a famosa posta mirandesa. Peçam RODEÃO e depois contem como foi ... (Os agradecimentos ao artista Rodrigues da Fonte, de Bragança, pela sugestão)
3. Localização, pelo Google Maps (nova versão, mais um caso como o que tratei recentemente no meu outro blog (aqui)), vendo-se a zona urbana de Bragança á esquerda e Gimonde á direita. Ao fundo, terras de Espanha.


4. Registe-se a forma original de promover e anunciar bons vinhos transmontanos, a preços convidativos. As minhas recomendações: o mais barato, Montes Ermos, e um do mais caros, Trovisco.


Sem comentários: