quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A fenix vai renascer mais cedo?

No mesmo dia lê-se um título no Jornal de Negócios online: "Portugal está a viver o pico da recessão que terminará no fim do ano", parece que baseado nas previsões da UE. Previsões que anunciam um quebra de 3.3% no PIB portugues durante 2012 (e de apenas 4.4% para a Grécia).
Noutro título da mesma página, o ministro das finanças anuncia que o "Ajustamento pode ser mais rápido e ter menos custos que o esperado", consequencia de um "programa bem desenhado".
Mas no mesmo dia lê-se um título no WSJ: "EU expects return to recession" (during 2012), onde se diz que
  • The euro-zone economy will fall back into recession at the start of this year and is now seen contracting in 2012 as a whole, the European Commission said Thursday.
  • The new forecasts will add to concerns about the impact of broad-based regional austerity plans. The 2012 forecasts for Italy, Spain and Greece were all slashed—each of them countries that are applying significant fiscal consolidation.
Com uma economia europeia a entrar em recessão, quando o impacto das medidas recessivas do tal programa "bem desenhado" ainda não se fizeram sentir cmpletamente a nível interno (espere-se pelo impacto do não pagamento do próximo subsídio de Natal, no público e em muito privado ...) e quando o impacto das dificuldades de financiamento bancário sobre o sector privado e as familias só agora se começam a fazer sentir (espere-se pelos despedimentos e pelas falencias que vai provocar e as consequencias disso ao longo de todo o corrente ano), é dificil imaginar como se antecipam melhorias substanciais para o próximo ano e se anuncia o fim da crise (ou pelo menos o príncipio do fim da crise) para o fim deste ano.
É fácil ver a espiral recessiva a formar-se (e os últimos dados anunciados confirmam-no), mas é difícil ver como é uma forte recessão interna num contexto de recessão externa pode ter as ambicionadas propriedades curativas para a crise, e quais os mecanismos que podem fazer a fénix renascer das cinzas.
Ou será que com o argumento de mobilizar a opinião pública, se entra pela propaganda? Onde é que eu já ouvi isto?

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